Por Léo Xavier
Em entrevista ao programa “Cara a Cara com o Povo”, a Secretária de Saúde de Ubaíra, Jamile, explicou a situação envolvendo o financiamento e a gestão do hospital, operado pela Associação de Proteção à Maternidade e Infância de Ubaíra (APMIU). “O financiamento do hospital é feito pela PPI, através do estado, que repassa os recursos para a APMIU. Este repasse cobre serviços de média e alta complexidade, incluindo emergência,” esclareceu Jamile.
A secretária afirmou que a prefeitura vinha cobrindo a falta de médicos nos fins de semana e em algumas quintas-feiras, mesmo sendo uma responsabilidade da APMIU. “Infelizmente, hoje eles decidiram fechar a emergência, o que é ilegal, considerando o contrato que têm com o estado para prestar esses serviços,” lamentou Jamile.
A justificativa da APMIU, segundo Jamile, é o subfinanciamento do SUS, uma questão que afeta todo o país devido à tabela de remuneração defasada há mais de 20 anos. “Embora o SUS esteja subfinanciado, isso não isenta a APMIU da responsabilidade sanitária que possui,” reforçou.
Em resposta ao fechamento do hospital, a prefeitura montou um ponto de atendimento emergencial 24 horas no centro de saúde para garantir que a população não fique desassistida. “Equipamos uma sala ampla com medicação de emergência e alguns equipamentos necessários,” disse a secretária. Casos mais graves serão encaminhados para o hospital de Mutuípe.
A secretária de saúde também mencionou que a prefeitura já notificou o Ministério Público sobre a situação e espera uma manifestação em breve. Além disso, medidas legais estão sendo preparadas para responsabilizar a APMIU pela interrupção dos serviços de emergência.
Perguntada sobre possíveis motivações políticas por trás da decisão da APMIU, Jamile não descartou a possibilidade. “Certamente, há tentativas de prejudicar o prefeito em um ano eleitoral. Isso pode estar influenciando as ações da diretoria da APMIU e de pessoas externas,” afirmou.