Por Gaby Santana
O subsecretário-geral da ONU para Assistência Humanitária, Tom Fletcher, anunciou nesta segunda-feira (13), durante a cúpula internacional em Sharm el-Sheikh, no Egito, a liberação de US$ 11 milhões adicionais do Fundo Central de Resposta a Emergências (CERF) para intensificar a ajuda humanitária em Gaza antes da chegada do inverno.
O novo aporte se soma aos US$ 9 milhões anunciados na semana passada, destinados a garantir o fornecimento de combustível para manter serviços essenciais em funcionamento, como hospitais, sistemas de abastecimento de água e energia.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), as autoridades israelenses aprovaram a entrada de 190 mil toneladas de alimentos, medicamentos e itens de abrigo — um aumento de 20 mil toneladas em relação ao acordo anterior. Pela primeira vez desde março, o gás de cozinha também foi autorizado a entrar no enclave palestino.

Entre os suprimentos liberados estão tendas para famílias deslocadas, carne congelada, frutas frescas, farinha e remédios. O Ocha informou ainda que funcionários e parceiros humanitários agora podem circular com mais liberdade por diversas áreas de Gaza, após meses de restrições severas de acesso impostas por Israel.
Equipes da ONU relataram que, com o início da retirada das tropas israelenses, moradores começaram a retornar à Cidade de Gaza, onde o cenário é descrito como de “destruição generalizada” de prédios residenciais.
Entre sexta e domingo, foram registrados quase 310 mil deslocamentos de pessoas do sul para o norte do território e cerca de 23 mil em outras direções, segundo o balanço mais recente das Nações Unidas.
O plano emergencial da ONU para os primeiros 60 dias do cessar-fogo prevê o fornecimento de ajuda e serviços vitais para praticamente toda a população de Gaza, que enfrenta uma crise humanitária sem precedentes após meses de conflito intenso.

A ampliação do apoio logístico e financeiro ocorre em meio aos esforços internacionais para consolidar o cessar-fogo entre Israel e o Hamas, estabelecido com mediação dos Estados Unidos e apoio de Egito, Catar e Turquia.
Fonte: ONU News