Brasileira que vive na Flórida relata cenário de destruição em cidade atingida por dois furacões em 15 dias: ‘Estado de caos’

Árvores caídas, ruas alagadas e falta de água e energia. Este é o cenário em St. Petersburg, na Flórida, segundo a corretora de imóveis recifense Vitória Abreu e Lima  Em menos de 15 dias, a cidade norte-americana onde ela mora há 37 anos foi atingida por dois furacões

O primeiro foi o Helene, que deixou ao menos 200 mortos no fim de setembro. Agora, a tempestade foi causada pelo Milton, que matou 12 pessoas desde quarta-feira (9).

‘A cidade inteira não tem luz. E metade está sem água. […] Ninguém pode cozinhar porque os fogões são elétricos. Não tem comida na geladeira. Não tem um posto de gasolina na cidade. É um estado de caos”, descreveu Vitória em entrevista

St. Petersburg fica numa área rodeada de lagos na região central da Flórida, a 123 quilômetros de Tampa, na costa ocidental do estado, onde o furacão tocou o solo com ventos de até 205 km/h. Na quinta (10), o fenômeno arrefeceu e foi reclassificado como “ciclone pós-tropical”. No entanto, a velocidade da ventania permaneceu bastante alta, chegando a 120 km/h.

“É muita tensão. O barulho [do vento] é enorme, parece que vai acabar tudo. As coisas explodindo, as caixas de energia começam a explodir. […] Dá um medo desgraçado. A água entrava [nas casas] por debaixo das portas, uma enxurrada. É um barulho forte, entra rápido. É bem assustador. Estou cansada, todos nós [estamos]”, contou a corretora.

Com a experiência de quem já viveu outros furacões nesses quase 40 anos de vida nos Estados Unidos, Vitória disse que se preparou, comprando água e alimentos. Na terça (8), decidiu sair de casa pouco antes da chegada do fenômeno natural e se abrigou no prédio comercial de um amigo, localizado num bairro um pouco mais distante. Mas o edifício também foi afetado pela tempestade.

“A chuva foi tão forte que até no meu joelho a água subiu. Ele [o amigo de Vitória] tem 36 painéis solares no prédio. O vento foi tão forte que tirou os painéis. São quatro paredes de cimento, não tinha janela. Só tinha uma janela bem pequenininha no segundo andar”, relatou.

fonte;g1

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