Na noite deste sábado (09), a Casa da Cultura de Mutuípe foi palco de uma noite especial com a décima edição do Chá Literário, evento que reuniu dezenas de pessoas em torno da literatura, música e valorização da cultura afro-brasileira. A noite contou com apresentações que exaltaram a consciência negra e resgataram a força e a ancestralidade da cultura africana, especialmente em alusão ao mês da Consciência Negra.
Além das apresentações culturais, os visitantes puderam apreciar o poema Navio Negreiro, de Castro Alves, um marco literário que denuncia a escravidão e honra a luta do povo negro.
Para Maria Luane, cabeleleira e promotora de cultura no município, o evento tem um papel fundamental: “Esse é um momento de aquilombar, de nos unirmos para falar sobre a cultura da África. É uma forma de valorizar a nossa identidade e enriquecer a sociedade mutuipense.”
Jéssica Silva, uma das artistas da noite, destacou a importância de celebrar a cultura negra e sua influência na identidade brasileira. “Não dá para falar de Brasil sem referenciar o território africano. O samba, por exemplo, é um ritmo de resistência, e para mim é sempre uma alegria me apresentar aqui.”
A menos de duas semanas do Dia Nacional da Consciência Negra, a conversa com Érica trouxe à tona a necessidade de promover ações de valorização do povo preto o ano todo. Ela enfatizou: “É fundamental discutir racismo, intolerância religiosa e a representatividade preta, não só em novembro, mas durante todo o ano.”
O Chá Literário não foi apenas um evento cultural, mas uma celebração e reflexão sobre a importância da herança africana na história e no cotidiano de Mutuípe.