Estudo aponta que universalização do saneamento pode R$ 1,25 Bilhão ao SUS

Por Ana Sampaio

Em 2024, o Brasil registrou 344,4 mil internações devido a doenças relacionadas à falta de acesso a água potável e ao tratamento de esgoto, conhecidas como Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI). Segundo um estudo do Instituto Trata Brasil, em parceria com a EX Ante Consultoria, a universalização do saneamento poderia reduzir essas internações em 70% após três anos, resultando em uma economia anual de R$ 49,9 milhões para o SUS. A longo prazo, essa economia seria de R$ 1,255 bilhão.

Em 2023, as doenças transmitidas por insetos representaram quase metade das internações, com destaque para a dengue, responsável por 164,5 mil casos. As doenças feco-orais, como diarreia e hepatite A, corresponderam a 47,6% das internações, sendo mais prevalentes no Nordeste, especialmente no Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte.

O estudo também aponta que, em 2023, a falta de saneamento causou 11.544 mortes, com 49,1% delas relacionadas a doenças de transmissão feco-oral. Entre as 5.570 cidades brasileiras, 1.748 apresentaram aumento na taxa de mortalidade por DRSAI.

Crianças de até quatro anos e idosos foram os mais afetados, representando 43,5% das internações. No ano passado, 70 mil internações ocorreram entre crianças pequenas, e 601 óbitos foram registrados entre elas. A taxa de internação foi também alta entre idosos, com 23,664 casos a cada 10 mil habitantes.

As principais doenças relacionadas ao saneamento inadequado incluem:

  • Transmissão feco-oral: diarreias, salmonelose, cólera, amebíase, febre tifoide, hepatite A.
  • Doenças transmitidas por insetos vetores: dengue, febre amarela, malária, doença de Chagas.
  • Doenças relacionadas ao contato com a água: esquistossomose, leptospirose.
  • Problemas de higiene: conjuntivite, dermatofitoses.
  • Geohelmintos e teníases: ascaridíase, cisticercose.
Fonte: CNN
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