Por Ana Sampaio
A luta contra o racismo na educação ganhou protagonismo nas contribuições da sociedade ao novo Plano Nacional de Educação (PNE), que irá definir os rumos da política educacional no Brasil pelos próximos dez anos. A principal demanda apresentada foi a formação de professores com foco antirracista, conforme destacaram movimentos negros, indígenas, quilombolas e educadores durante consulta pública.
Mais de 400 propostas foram organizadas pela Frente Parlamentar Mista Antirracismo e entregues nesta terça-feira (1º) à Câmara dos Deputados. Segundo o documento, o racismo estrutural ainda impacta diretamente a permanência e o aprendizado de estudantes, principalmente nas periferias e em escolas quilombolas.
As sugestões incluem:
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Atualização dos cursos de pedagogia para incluir perspectivas antirracistas;
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Criação de polos regionais de formação de professores, com apoio de universidades e comunidades locais;
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Cumprimento efetivo das leis que garantem o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena;
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Criação de indicadores raciais para monitorar desigualdades na educação;
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Políticas de valorização da identidade de estudantes negros, indígenas e quilombolas.
Para a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), relatora do novo PNE, o combate ao racismo precisa estar no centro da proposta: “Cada criança tem direito a uma educação que valorize sua história e identidade.”
A votação do novo plano está prevista para o segundo semestre de 2025.