Investigação de mortes de dois jovens em ação policial na BA segue sem conclusão; PM diz que houve confronto e famílias negam

O dia 8 de julho de 2024 continua vivo na memória de Jaimilson e Silvânia. Foi a data em que os filhos deles, Gilson Jardas de Jesus Santos, de 18, e Luan Henrique Rocha de Souza, de 20 anos, foram mortos durante uma ação policial no loteamento Canto dos Pássaros, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.

Três meses depois, o caso ainda não foi concluído e o inquérito policial obtido com exclusividade pela TV Bahia coloca em questão a versão apresentada pela Polícia Militar.

Na época, a 59ª Companhia Independente da PM (CIPM/Abrantes) informou que os jovens reagiram a uma abordagem e atiraram contra os policiais, que teriam revidado. Com os dois, conforme o registro, foram apreendidas duas pistolas calibre .40, uma espingarda calibre 12 e uma réplica de pistola.

No entanto, familiares e moradores do bairro sempre contestaram essa versão. “Eles não estavam armados. Foram executados dentro de casa”, afirmou Silvânia em vídeo gravado logo após o crime, que repercutiu nas redes sociais.

Os documentos da investigação, aos quais a equipe da TV Bahia teve acesso, mostram uma série de inconsistências. O GPS da viatura indica que o carro da PM ficou parado em frente à casa de Gilson por 27 minutos, entre 13h56 e 14h23.

A perícia feita no imóvel revelou marcas de sangue sobre um sofá de dois lugares e uma perfuração de bala na parede atrás do móvel, o que sugere que os disparos aconteceram dentro da residência.

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