Por Ana Sampaio
A última pesquisa do Datafolha revelou que a popularidade de Lula caiu para 24%, o índice mais baixo em seus três mandatos. Analistas apontam diversas razões para essa queda.
A economia
Lula prometeu que 2025 seria o “ano da colheita” de suas promessas, após dois anos focados em “consertar” o que considerou destruição deixada por Bolsonaro. No entanto, a inflação ainda mantém os preços dos alimentos elevados, afetando o poder de compra da população. A sugestão de Lula de que os brasileiros poderiam controlar os preços recusando-se a comprar alimentos caros foi criticada e gerou revolta. O desacordo com o Banco Central, que aumentou os juros para conter a inflação, também contribuiu para a má imagem do governo.
A força da direita
Apesar de derrotar Bolsonaro em 2022, Lula enfrenta uma crescente força da direita global, com o retorno de Trump ao poder nos EUA e o fortalecimento de Bolsonaro no Brasil. O Congresso, de maioria conservadora, discute temas como a criminalização do porte de drogas e anistia para apoiadores de Bolsonaro presos.
Desafios digitais
O governo Lula tem dificuldades em lidar com a oposição nas redes sociais. Um exemplo foi a polêmica sobre o rastreamento de transações financeiras no PIX, distorcida pela oposição como um ataque aos pobres, o que forçou o governo a recuar. A direita tem se mostrado mais eficaz no ambiente digital, enquanto a esquerda ainda se adapta.
Cansaço e saúde
Lula tem tentado retomar o controle da narrativa, nomeando um novo chefe de comunicação e viajando pelo país. Contudo, há sinais de cansaço, agravado por problemas de saúde, como uma cirurgia de emergência recente. Em relação à reeleição, Lula afirmou que não é sua prioridade no momento, e que só se decidirá se estiver em boas condições.
Fonte: France 24
