Por Ana Sampaio
A Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA) instaurou um Procedimento para Apuração de Dano Coletivo (Padac) para investigar a ação policial que resultou na morte de 12 jovens, no bairro de Fazenda Coutos, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, no dia 4 de março. A publicação foi feita no Diário Oficial do Estado da última quarta-feira (9).
Como parte do procedimento, a Defensoria solicitou reuniões com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, com o objetivo de discutir ações que contribuam para a redução da letalidade policial no estado.
Entre os pontos que devem ser debatidos está o uso de câmeras corporais (bodycams) por agentes de segurança — uma medida que tem sido cobrada por entidades de direitos humanos e especialistas em segurança pública como forma de garantir mais transparência e responsabilidade nas abordagens.
Bahia lidera índices de mortes causadas por policiais
De acordo com a DPE, a capital baiana aparece como a cidade com o maior número de mortes causadas por policiais no país, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicados em 2023 e 2024.
Além disso, levantamento do Instituto Fogo Cruzado aponta que, em 2024, um a cada três tiroteios mapeados em Salvador teve participação de agentes policiais.
O Padac pretende investigar não apenas o caso específico ocorrido em Fazenda Coutos, mas também avaliar o contexto de operações policiais letais no estado, com foco em ações estruturais e preventivas.
A Defensoria reforça que a apuração visa à defesa dos direitos coletivos da população, especialmente das comunidades mais vulneráveis, onde essas operações tendem a ser mais frequentes e violentas.
Fonte: Bnews
