Corpus Christi: fé, arte e tradição nas ruas das cidades brasileiras

Por Ana Sampaio

O feriado de Corpus Christi, celebrado pela Igreja Católica, acontece este ano na quinta-feira (19) e marca a solenidade do corpo e sangue de Cristo. A data não é fixa, sendo comemorada sempre 60 dias após a Páscoa. Como tradição, a ocasião é marcada por missas, procissões e, principalmente, pela confecção dos famosos tapetes nas ruas, que se tornam um verdadeiro símbolo da fé católica.

A montagem dos tapetes é feita por fiéis e voluntários, que passam horas – e muitas vezes a madrugada – desenhando cenas bíblicas e símbolos religiosos como o cálice, o pão, o cordeiro e a cruz. Segundo o padre Marcelo Motta, esses tapetes são montados com materiais simples, como pó de café usado, areia colorida, cascas de ovos, cal, tampinhas e serragem tingida. “Em muitos lugares, são verdadeiras obras de arte feitas com muito carinho e dedicação”, destacou.

Além de ser um ato de devoção, a confecção dos tapetes também representa um momento de confraternização entre a comunidade. De acordo com o padre Roger Matheus, há um envolvimento coletivo que vai além da arte: muitos colaboram com a doação de lanches ou apoio aos que trabalham durante a madrugada. Já o padre Kléber Silva compara os tapetes a uma “Bíblia aberta”, repleta de mensagens e símbolos da fé cristã.

A tradição de Corpus Christi teve início em 1247, na Diocese de Liége, e foi oficializada pelo Papa Urbano IV em 1264. No Brasil, ela chegou com os colonizadores portugueses, carregando o objetivo de levar a fé para as ruas. “É uma procissão do amor, de bênção. Jesus, o Santíssimo Sacramento, caminha conosco pelas ruas e pelas casas, levando sua presença e amor ao povo”, concluiu padre Marcelo.

Fonte: G1 Globo

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