Padre José Bomfim fala sobre o dia de Santa Bárbara e Iansã

Por Letícia Ranelly

Na última quarta-feira, 4 de dezembro, foi comemorado o Dia de Santa Bárbara, uma data significativa tanto para o Catolicismo quanto para as religiões de matriz africana, como a Umbanda. Em Mutuípe, o Padre José Bomfim, da Paróquia de São Roque, compartilhou com a nossa reportagem a importância dessa data para a fé católica e a relação com as tradições afro-brasileiras, especialmente a figura de Iansã.

Santa Bárbara: Padroeira dos católicos e sincretismo religioso

Santa Bárbara é uma das santas mais veneradas no Brasil, especialmente nas comunidades tradicionais de origem rural e nas regiões de forte influência afro-brasileira. A história da santa, que é considerada protetora contra raios e tempestades, remonta à sua vida de martírio no século III. De acordo com o relato, Bárbara foi uma jovem cristã que se converteu à fé em um contexto de perseguição religiosa, e acabou sendo martirizada por seu próprio pai, que não aceitou sua conversão.

Para o Padre José Bomfim, Santa Bárbara representa a força da fé e da resistência diante das adversidades. “Santa Bárbara é, para os católicos, um símbolo de coragem e devoção, especialmente em tempos de dificuldades. Ela é uma intercessora que ajuda a proteger a comunidade contra os raios e tempestades, além de representar a luta pela justiça”, explicou o padre.

Iansã: A reverência no sincretismo religioso

No Brasil, a figura de Santa Bárbara também está intimamente ligada à orixá Iansã, uma das entidades mais cultuadas nas religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda. Iansã é a senhora dos ventos, tempestades e relâmpagos, características que fazem com que ela seja associada diretamente com Santa Bárbara no sincretismo religioso, uma fusão das tradições africanas com o Catolicismo que se estabeleceu durante o período colonial.

O Dia de Santa Bárbara e Iansã continua a ser uma data de grande relevância tanto para católicos quanto para adeptos das religiões de matriz africana, simbolizando a união entre os diversos caminhos de fé que coexistem em Mutuípe e em muitas outras localidades da Bahia.

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