Lula propõe mudanças no Imposto de Renda: Isenção para classe média e aumento para os mais ricos

Por Ana Sampaio

Com a popularidade em baixa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca implementar novas regras no Imposto de Renda (IR) que têm o potencial de beneficiar a maioria dos brasileiros, enquanto afetariam uma pequena parcela da população.

A proposta do governo é que essas mudanças sejam aprovadas pelo Congresso e entrem em vigor em 2026, ano das eleições presidenciais, quando Lula poderá tentar a reeleição.

Na terça-feira (18), o governo apresentou uma medida que prevê o aumento do imposto sobre os mais ricos (aqueles com renda superior a R$ 50 mil mensais), com o objetivo de isentar do IR as pessoas que ganham até R$ 5 mil por mês. A proposta também inclui descontos no IR para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7 mil.

De acordo com o governo, a proposta pode aumentar a tributação de 141 mil pessoas de alta renda, criando um imposto mínimo para os mais ricos e passando a taxar a remessa de dividendos ao exterior (parte dos lucros distribuídos pelas empresas aos seus acionistas).

Em contrapartida, cerca de 10 milhões de brasileiros poderiam ser isentos do Imposto de Renda, elevando o número de isentos para 26 milhões, o que corresponde a 65% do total de contribuintes.

O governo afirma que as mudanças não terão impacto nas contas públicas, ou seja, o aumento da cobrança sobre os mais ricos compensaria a previsão de perda de R$ 25,8 bilhões com a redução do imposto sobre a classe média.

Embora a proposta seja vista como popular, a aprovação ainda depende do Congresso, que pode realizar alterações no texto. Espera-se também uma forte resistência por parte dos mais ricos.

Defensores da medida argumentam que a tabela do IR está desatualizada em relação à inflação, o que resulta em uma carga tributária mais alta para os contribuintes. Já os opositores chamam a proposta de “eleitoreira” e questionam a viabilidade fiscal da medida.

Economistas alertam que a redução do imposto para a classe média pode estimular o consumo no país, com possíveis impactos na inflação e nas taxas de juros.

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